domingo, 2 de dezembro de 2007

ARTE NA RUÍNA

Os inúmeros movimentos de transformação social, sejam eles radicais ou utópicos, que as últimas décadas viram surgir, tiveram, como seus principais articuladores os jovens. Isso se deve não apenas seu poder de mobilização – que não foi pequeno – mas principalmente pela natureza de suas idéias e como colocaram em circulação, pelo modo como os veicularam e pelo espaço de intervenção crítica que abriram. Não foram apenas novos atores históricos que surgiram na cena do já tumultuado debate político-cultural das últimas décadas. Com um novo discurso e uma nova prática social, esses jovens possibilitaram o exercício mais sistemático de um tipo de crítica que, até então, nunca se vira ou ouvira.

Através deste breve contexto histórico de movimentos culturais de juventude, nos possibilitará a compreender a necessidade de reviver esses momentos de contestação, de luta pela liberdade e que em outros momentos foi bravamente buscada por jovens em diversos movimentos.

Xapuri – enredada por grandes momentos históricos que abarca desde o ciclo da borracha, palco da Revolução Acreana e o surgimento de um fenômeno na luta ecologista mundial, liderada por Chico Mendes, na imensa Floresta Amazônica, e que hoje da espaço a manifestação artística da juventude que discorre neste pequeno, mas, significativo município.

A “Arte na Ruína” denominada assim, foi à antiga delegacia de Xapuri, que é envolvida num cenário; caótico, feio, desconstruido pela erosão, e que hoje abriga sonhos e aflições da juventude de Xapuri, e que teve num passado próximo, o atual governador do Estado do Acre e Chico Mendes, um de seus visitantes que encarcerados, sentiram num outro contexto a força de destruição da não liberdade.


“O ensaio surreal do grito sufocado” - Segunda manifestação – Arte na Ruína


Os caminhos foram muitos, as inquietações tremendas e solitárias, mas assim como todo rio desemboca num oceano, as andorinhas fizeram o seu ritual a favor das gotas molhadas que da continuidade a esse ciclo provocador de vidas. A sociedade Xapuriense é tomada por passos que leva o sinal da proxima apresentação; exdruxula, desfocada, desorganizada. Na real! Tudo acontece sem aquelas preocupações chatas que apaga a magia do inusitado, ao contrario do que nos proporciona as velhas e tristes formalidades. Nestes caminhos vos apresento esses seres que dominam a arte da inquietação – Jovens de Xapuri que através desta segunda apresentação, revela os segredos de se manifestar. Seus passos pouco tortuosos conduziram-os até a esse palco alternativo – assim, as esquinas, praças, igrejas e espaços diversos formaram a casa de um casulo a proteção necessária para que o ambiente dessa geração seja protegida, dando a oportunidade coletiva de se manifestar.

Há quem pense , que se manifestar é estar num estado de loucura. Mas o que é loucura perto da não manifestação? Portanto, a Arte na Ruína lança a idéia de convida-los para viver mais uma manifestação – O Ensaio Surreal do Grito Sufocado.


Dizem que somos jovens sem nos deixar ser

Nos roubam a magia de percorrer

Mas eu digo jovens que sou jovem

Mas não grite para não ser perseguido

Se não vai ter que sobreviver.

(W. San)


Não somos nomes e nem pronomes

Não quero cédulas e nem moedas

Porque querem minha desalma?

Se já não a tenho alma









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