terça-feira, 23 de outubro de 2007

Elenira Mendes pede União para Salvar Amazônia

Elenira Mendes, filha do ecologista Chico Mendes, assassinado em 1988, e presidente da Fundação que leva o nome de seu pai, disse que todas as pessoas "são agentes de mudança para salvar a Amazônia e as demais florestas em desmatamento".
"Falar do meio ambiente sem falar da participação da sociedade é impossível. Nossa atitude tem que mudar", afirmou Elenira em um debate sobre "O legado de Chico Mendes" do qual também participou a ministra do Meio Ambiente espanhola, Cristina Narbona. O ato, organizado pela Casa da América no marco do Festival VivAmérica, realizado em Madri, começou com a exibição de um filme sobre a luta do seringueiro Francisco Alves Mendes Filho contra a exploração desenfreada da Amazônia. Ele acabou sendo morto pelo filho de um fazendeiro.
Elenira Mendes disse que, 19 anos depois do episódio, ainda há desmatamento e falta de consciência perante um problema que afeta o mundo inteiro. Agora é ela que, com a ajuda da Fundação Chico Mendes, assumiu a responsabilidade de "dar continuidade à luta que ele não pôde concluir" e obter resultados, como os que seu pai conseguiu e como os que continuam sendo conquistados até hoje.
Segundo Elenira, o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva está fazendo esforços para salvar a floresta amazônica, mas "faltam incentivos públicos" e os que existem "não conseguem chegar a todos". "Queremos salvar a floresta amazônica, mas também queremos que seja economicamente viável", ressaltou, antes de lembrar que hoje em dia já é possível obter da floresta produtos farmacêuticos, de perfumaria e inclusive "biojóias" sem precisar destruir nada.
No entanto, a jovem afirmou que o problema do desmatamento ainda existe, e que no Brasil continua havendo assassinatos de pessoas que, como seu pai, lutam contra grandes interesses econômicos. Em resposta a uma pergunta de Narbona sobre a polêmica gerada em torno dos riscos trazidos pelo desenvolvimento dos biocombustíveis à biodiversidade, Elenira disse que parece uma polêmica "pouco realista".
"Atualmente, continua ocorrendo desmatamento para a criação de gado, pois a pecuária continua sendo muito mais rentável", afirmou. A solução para este problema, segundo ela, "passa pela conscientização social e pela adoção de políticas públicas eficazes em torno da questão ambiental".
Ela disse ainda que "há interesse e vontade" por parte das instituições públicas para enfrentar o problema, mas que as ações neste sentido "ainda são muito fracas".


EFE
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